sábado, 8 de outubro de 2011

Reuni: a causa da falta de espaço/estrutura e da falta de mobilidade acadêmica das universidades federais

O Reuni (2007), plano de "desestruturação" das universidades federais que visa completar as metas quantitativas do PNE de FHC (2001-2010), tem como metas principais: 1) elevação da relação professor aluno para 1 por 18 (ou seja, dobrar a quantidade de alunos) e 2) elevar a taxa de conclusão média nos cursos de graduação para absurdos 90%. Para tanto prevê reaproveitar espaços físicos "ociosos" nas universidades e flexibilizar os currículos, criando cursos de rápida duração. 

É evidente que essas medidas, que se vinculam a outros decretos que unidos se tornam a reforma petista do ensino superior, visam precarizar a educação superior, superexplorar o trabalho docente e técnico, já que visa massificar a universidade sem dar as garantias de estrutura e pessoal necessárias. Quem perde são os estudantes e trabalhadores; quem ganha, o setor privado, que cresce cada vez mais na universidade pública sucateada.

A maneira como o Reuni foi aplicada, e vem sendo, já que suas metas não cumpridas continuam vigorando no novo PNE, é na base da chantagem e da cara de pau: 1- para receber suas verbas (desde o início, insuficientes), as universidades precisam aceitar suas metas megalomaníacas; 2- além de aceitar, a universidade precisa "mostrar resultados" antecipadamente, por exemplo, criar um curso antes mesmo de vir a verba e a contrução de sua faculdade, contratação de todos os professores etc. Quantos exemplos temos disso na UnB? Vários!

No Reuni está a raiz dos problemas que as universidades do Brasil inteiro vem sofrendo: falta de campus, alunos tendo aulas em estádios, escolas de ensino infantil, falta de espaço para CA's ou departamento, falta de professores, superlotação, privação de escolha de dupla habilitação (são sobretudo os cursos do REUNI que privam o aluno de pegar dupla habilitação, optativas diversas)... O objetivo dessa reforma é tornar a universidade pública um escolão a serviço do mercado, com educação de má qualidade para a maioria. A luta por todo o Brasil continua, pois a própria precarização só tende a aumentar: ano que vem termina a implementação do Reuni, mas, como dito suas metas continuam e serão ampliadas para as universidades não-federais e para os institutos técnicos se o novo PNE for aprovado!

Não somos contra a expansão da Universidade: somos contra essa falsa expansão/democratização neoliberal que precariza e privatiza! Um último estudo da Andifes demonstra que uma parte ínfima das camadas populares continuam a entrar nas federais, mesmo com a "grande promessa" do Reuni. Real expansão é com real ampliamento de verba e fim dos vestibulares elitistas!

Não a farsa do Reuni! Lutar pela sua revogação: nenhuma ilusão em seus defensores governistas! Por uma UNIVERSIDADE de pesquisa, ensino e extensão de qualidade voltada para o povo e não para o capital!

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